Todo bebê já nasce com alguns reflexos naturais, que podem ser percebidos ou não pelos pais.
Os movimentos reflexos começam ainda na gravidez, entre a 28a e a 35a
semana, como a sucção."Ela e o choro são reações vitais para a
sobrevivência e a proteção do bebê. O movimento de sugar já aparece no
útero", afirma o fisioterapeuta Marcus Vinicius Marques de Moraes. Logo
depois de nascer, se você colocar a boca do recém-nascido em contato com
qualquer objeto, ele tentará abocanhá-lo. Mais tarde o bebê procura
intencionalmente a chupeta, por exemplo, porque a sucção o acalma, ou
vai às lágrimas para comunicar o que ainda não consegue dizer em
palavras. Alguns reflexos ficam por mais tempo, como o de Moro, em que a
criança, sentindo-se desequilibrada ou assustada por um ruído forte,
joga a cabeça para trás e estica braços e pernas.
Estes reflexos desaparecem quando a maior parte das células está recoberta pela
mielina. Lá pelo sexto ou sétimo mês, a conexão entre cérebro e corpo
melhora, e o bebê perde aquele jeitão estabanado. A partir do terceiro
mês, já é capaz de fazer alguns movimentos voluntários, como sustentar o
pescoço. Isso porque o amadurecimento da medula se dá no sentido da
cabeça para os pés.
Ainda na maternidade alguns desses reflexos são testados a fim de verificar o desenvolvimento do bebê.
São seis os reflexos mais importantes e há mais de 15 exercícios feitos na maternidade para testá-los.
Ao menos seis desses movimentos – marcha, sucção, pontos cardeais
(toca-se os cantos da boca ou lábios inferior e superior e a criança
vira a cabeça em direção ao toque como se quisesse mamar), preensão das
mãos, do pés e reflexo de Moro — devem ser reavaliados nas primeiras
consultas pediátricas. "Alterações nos reflexos podem sinalizar problemas futuros. Os exames
servem para evitar que a criança tenha pouco ou nenhum atraso em seu
desenvolvimento. É uma ação preventiva", diz a neonatologista Marina de
Moraes Barros. "Quanto mais reflexos observados, melhor. Porém, com
esses seis já é possível saber se a criança é saudável. O importante é o
resultado do conjunto, e não de um reflexo isolado", ressalta Marina.
Os reflexos do bebê e suas reações:
Reflexo de marcha automática
O bebé está deitado de barriga para
baixo, com as pernas flectidas. Quando se lhe toca na planta do pé,
estica as pernas e empurra o corpo para a frente. Os répteis fazem o
mesmo: quando sentem uma pressão nas extremidades, respondem avançando
para a frente.
Reflexo de sucção
Quando se toca suavemente na boca do
bebé, ele abre-se e começa a sugar ou a chupar. Desta forma, pode
comprovar-se mais à frente se o bebé tem fome ou se está cansado. Se lhe
toca e suga, é porque tem fome; se chupa é porque está cansado.
Reflexo de preensão palmar
Se um adulto coloca um dedo na palma da
mão do bebé, ele aperta-o de imediato e com força. Os dedos da criança
não se fecham simplesmente, mas adaptam-se na perfeição ao contorno do
dedo do adulto e agarram-se com firmeza. Trata-se de uma grande façanha
para o bebé: o reflexo é tão forte que o recém-nascido, muitas vezes, é
capaz de aguentar o seu próprio peso suspenso durante uns segundos. Este
reflexo (que vem de quando, há milhares de anos as crianças tinham que
agarrar-se à penugem da Mãe) perde-se por volta dos três meses. Nesta
altura a criança continua a agarrar o dedo, mas solta-o de seguida. Com
quatro ou cinco meses, já é capaz de agarrar aquilo que se lhe oferece:
um novo padrão de movimento e a vontade sobrepõem-se e anulam o reflexo
inicial.
Reflexo de Moro
O recém-nascido descansa sobre os braços
do adulto. De repente, o adulto inclina os braços uns 30.º, pelo que o
bebé tem a sensação de que vai cair. O reflexo produz-se como reacção ao
susto: primeiro abre os braços para os lados (para que os pais o
vejam); depois volta a juntá-los e, de seguida, fecha as mãos (para se
agarrar). Some por volta do segundo ou terceiro mês.
Reflexo de galant
O bebé está deitado de barriga para
baixo. Passamos-lhe os dedos pelos rins, paralelamente à coluna
vertebral. Se se faz no lado esquerdo, o corpo curva-se ligeiramente
para a esquerda, enquanto se o fizermos do lado direito alonga-se para a
direita.
Reflexo de tonicidade axial
O bebé está deitado de barriga para
cima. Se roda a cabeça para a esquerda, estica a perna e o braço
esquerdos e flecte o braço direito (como se fosse um jogador de
esgrima). Porquê? Nesta idade, a cabeça determina a postura do corpo e
das suas extremidades. É uma reacção muito primitiva, que os bebés têm
em comum com os animais. Costuma desaparecer no terceiro mês.
Reflexo de escalar
Segura-se o bebé debaixo dos braços e
mantemo-lo erguido. As suas pernas ficam suspensas livremente. Se o
aproximamos até que o peito de um dos pés toque na mesa, automaticamente
levanta o pé, flecte o joelho e sobe o pé para a mesa. O que origina
este movimento é o toque do peito do pé.
Reflexo de marcha
Seguramos o bebé por debaixo dos braços,
e mantemo-lo erguido. De seguida, começamos a baixá-lo para o chão
(pode ser a cama, o sofá, uma mesa…) até o pousar. Quando um pé toca no
chão, o bebé levanta-o dobra o joelho e dá um passo para a frente. De
seguida, entra em acção a outra perna. O que parece uma predisposição
precoce para andar é, na realidade, uma parte dos exercícios que o bebé
fazia dentro da barriga da mãe. Ali, apoiava os pés contra a parede
abdominal e caminhava sobre ela. Este reflexo apenas se pode observar
durante três meses, pois nesta idade a criança já desenvolveu movimentos
mais complexos (patear, virar-se apoiar-se…).
Sucção e busca pelo seio
O bebê abre a boca e suga o
que aparece à sua frente. Ao tocar qualquer região em torno da boca, ele
vira o rosto para o lado estimulado. A busca pelo seio desaparece por
volta do segundo mês, quando o reflexo da sucção passa a ser voluntário.
Engatinhar
De bruços, o bebê estica as pernas, como
se tentasse rastejar, quando alguém lhe dá apoio nos pés. Some por volta
do quinto mês.
O vídeo a seguir mostra como testar alguns reflexos do bebê:
Informações retiradas dos sites:
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